Jogo do empurra

Assunto: [si] Jogo do Empurra (was: Por uma FEUP mais Segura)
Data: 11-12-2008 17:27

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Caros amigos,

Como muitos de vós já referiram, somos todas as semanas bombardeados com mensagens referentes aos problemas de segurança da faculdade. Estamos de tal forma habituados que muitas vezes preferimos dar umas gargalhadas com aquelas mensagens mais cómicas, ou apontar erros de português ou de construção frásica nas mais "broncas" (não querendo com isto insultar ninguém, todos temos os nossos dias...). Até que finalmente apagamos a referida mensagem e continuamos com a nossa vida. Muitos ainda perdem (inutilmente) algum tempo a reclamar com os "iluminados" que decidem partilhar as suas mágoas.

Tudo se resume a isto, não há verdadeiramente interesse em resolver o problema enquanto o incómodo não for suficientemente grande. Por esta razão o "levantamento de vozes de protesto" é sem dúvida louvável, mas em última análise perfeitamente inútil. E inútil porque todos vamos criando imunidade ao incómodo, de certa forma como uma espécie de "corrida ao armamento".


Espelho desta necessidade de incomodar é o eterno problema do "parque dos alunos". Perante o desrespeito dos alunos pelas cancelas, foram colocadas lombas junto das mesmas. Não para resolver o problema, mas para incomodar o suficiente para que este se tornasse menos importante. Não satisfeitos com a sua (não)solução, os responsáveis decidem incumbir os seguranças de uma vez por dia distribuírem autocolantes pelos vidros das viatura mal estacionadas, mais uma vez demonstrando que o "incomodar" é tido como uma panaceia. Até que finalmente se apercebem que os alunos desenvolveram já uma imunidade a este incómodo, sendo nesta altura que chamam a polícia para multar os veículos estacionados do lado de fora do parque.

Por outro lado, e que eu tenha conhecimento, nunca ninguém procurou descobrir a origem do problema, ou encontrar uma solução definitiva. Se o incómodo não ultrapassar um determinado limiar, o problema não existe.


De resto o que incomoda verdadeiramente nesta situação de insegurança é que a Direcção da nossa faculdade, segundo os mesmos princípios, desenvolveu uma imunidade ao incómodo causado pelo problema. E esta imunidade é de tal forma grande, que durante os cinco anos e meio que cá estive nunca ouvi ou li uma única palavra referente a este assunto proveniente dos gabinetes onde são tomadas as decisões que nos afectam a todos. Possivelmente terei estado distraído...

Porquê esta aparente indiferença aos problemas de _todos_, quando em épocas de festas praxísticas decidem ter opinião em coisas que a eles não dizem respeito, desafiando todos os princípios de coerência institucional? Será que é mais importante que algum filho ou sobrinho anti-praxe receba um troféu praxístico do que o é que todos tenhamos um ambiente seguro para trabalhar? Quais os critérios para que a Direcção sinta necessidade de desenvolver uma opinião sobre um determinado assunto?

Desafio publicamente quem tem como responsabilidade zelar pelos interesses da Faculdade a pronunciar-se sobre este assunto. Espero também ter sido suficientemente incómodo para que furar eventuais barreiras de imunidade que se tenham entretanto desenvolvido.


Aproveito também para deixar um bem-haja a quem, apesar de tudo, ainda se sente incomodado com os problemas que a todos nós dizem respeito.

Saudações académicas,
RC

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